Simplificar é
... escrever um texto, reescrever, reescrever, reescrever e, por fim, desistir dele porque não fazia mais sentido.
Liberdade.
Nada como complicar as coisas ao máximo para então enxergar o simples.
Diagnóstico...
"Mágoas e ressentimentos fizeram com que você perdesse a confiança nas pessoas fazendo com que de maneira inconsciente crie um afastamento espontâneo."
Triste isso daí.
Se sentir sozinho: eis uma prova de fogo.
E agora?
Não sei. Realmente, não sei.
Onde tah escrito espontâneo, eu queria q estivesse momentâneo.
Tem se repetido...
em mim a vontade de que todas as pessoas para quem eu tenha revelado coisas de mim sofram uma irreversível amnésia a meu respeito.
Bem que se quis...
, que a Marisa Monte cantou lá no final dos anos 80, tem uma estrofe que considero uma das mais erótico-sensuais que conheço - ok,talvez eu não conheça muito de música, enfim... Mas acho bacana mesmo nesse sentido sensual-erótico. Tem romantismo, mas tem pegada, entende?
ó.
Agora vem pra perto vemVem depressa, vem sem fimDentro de mimQue eu quero sentirO teu corpo pesandoSobre o meuVem meu amor, vem pra mimMe abraça devagarMe beija e me faz esquecer...ouve agora a música.
Aqui.Será que é gostoso prum cara ficar em cima de uma mina tanto quanto é pra uma mina sentir o cara pesando sobre ela?
(ok, sei que essa pergunta dá margem para piadinhas sobre peso, mas azar...Eu tô falando de encaixe. De encaixe!)
De George Eliot*...
"Não existe desespero tão absoluto quanto aquele que surge nos primeiros momentos de nosso primeiro grande sofrimento, quando não conhecemos ainda o que é ter sofrido e ser curado, ter se desesperado e recuperado a esperança."
*pseudônimo de Mary Ann Evans
Quem escreve é...
um organizador de sinais, um desenhista, um designer, um semiólogo.
Li essa frase no twitter do professor Ungaretti (@editorwu) creditada a Vilém Flusser (who?).
E daí?
Bom, vamos por partes.
Ungaretti foi meu professor na Fabico, e devo a ele ter conseguido me formar na época em que me programei pra isso. Ele foi meu orientador também. Eu acho, quer dizer, eu tenho certeza de que eu era uma das poucas alunas a gostar de verdade das aulas dele. De ver valor ali. Enfim.
Todo mundo achava ele louco demais, pra dizer o mínimo. Mas o que o Ungaretti me ensinou tem mesmo muito valor: "Vc, todo normalzinho, fez o que da sua vida com tanta normalidade?".
Vilém Flusser é um filósofo tcheco naturalizado brasileiro que nasceu em Praga em 1920 (uau, adoro os anos 20). Fugindo do nazismo é que veio parar em São Paulo, onde atuou como professor e jornalista (ouiééé). Morreu em 1991.
Isso eu tireu da wikipedia, porque nunca tinha ouvido falar do cara até o Ungaretti citá-lo no twiter. Viu?, por isso eu gostava do prof Wladimir Ungaretti. Ele sempre me apresentava a alguém.
A frase do Flusser tem tudo a ver com uma coisa que eu disse um dia desses. Que vinha a ser mais ou menos isso: escrever é fotografar.
Bons textos são aqueles que conseguem, pela precisão das palavras, frases, pela combinação delas, conseguem desenhar, ou nos fazer montar, construir uma cena na cabeça tão real, mas tão redondinha que parece... uma fotografia.
Eu, pelo menos, adoro textos assim. Posso não concordar com o autor mas, se o texto fez isso, não consigo não ler até o final. O texto te envolve.
E tem um outro sentido também: quando escrevemos, tomamos UM caminho e abrimos mão de todas as outras possibilidades de narrativa que tinha aquela MESMA história. Escrever é escolher. Escolher um ângulo. Igual a fotografar! Um mesmo cenário pode render diferentes fotografias.
Então, eu me identifiquei muito com a frase do Flusser. Adorei ter conhecido o Flusser, já acho ele o máximo só por causa dessa frase e, mais uma vez, sou grata ao Ungaretti.
Que mais podemos querer de um professor?
Tem vezes que...
a gente precisa... precisa... precisa.. ahm... precisa, como dizer... eeehhh... É o seguinte: tem vezes que a gente precisa por o pau na mesa.
E ele precisa ser grande.