O rio tremendo de medo
Olha que lindo esse texto, do livro OSHO Escute seu coração.
"Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada, os cumes das montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através de povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar.
Nem você pode voltar.
Voltar é impossível na existência: você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano o medo desaparece, porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas de tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento, por outro é uma tremenda ressurreição."
Esticando a corda
Somente quando a gente faz tudo o que pode, faz mesmo, tudo tudo tudo; quando a gente consegue zerar, passar a régua, secar o poço, raspar o tacho, sabe?, somente então quando a gente faz tudo mesmo o que pode fazer, somente nessa hora a gente consegue descansar a alma e ver nitidamente o que não pode ser mudado - pois tudo o que se podia fazer já se fez.
A alma precisa estar exausta para te dar de presente essa visão clara, definitiva (iluminada?).
Nessa hora, quando tudo fica claro como o amanhecer de um dia de verão na beira da praia, quando isso acontece, enfim, podemos fazer a última coisa que nos resta fazer. A última.
Aceitar.
Aceitar o que está efetivamente fora do nosso alcance.
Acredita em mim: se ainda está difícil aceitar, é porque você não fez tudo. Eu disse ali: a alma precisa estar exausta. Somente exausta, somente "morta" ela pode renascer.