psssss! silêncio.
Nada do que está dito logo em seguida é simples. Eu não sei o que este post está fazendo neste blog. O parágrafo abaixo, uma idéia de Eduardo Coutinho, em entrevista à Vida Simples (pg 57 da edição de abril de 2006), é sobre uma das coisas mais significativas de se fazer nessa vida: desabafar. Às vezes, é muito difícil. Mas é fato que tudo fica irremediavelmente simples depois que a gente consegue. O desabafo é complicado até, ou principalmente, para quem ouve – a menos que a pessoa seja um terapeuta (em tese, os psicanalistas são craques nisso, não?). O Eduardo Coutinho não é psicanalista. Ao menos, não oficialmente. É documentarista.
Ah, eu acho que sei por que incluí este post neste blog: a última frase é uma evidência de que o caminho mais simples nem sempre é o menos doloroso. Do Coutinho:
“Quando acaba
(o depoimento), a pessoa que disse coisas terríveis, que chorou muito, está bem melhor, é um desabafo. Às vezes, a pessoa tem um silêncio terrível e eu penso: se eu falar agora, nunca vou saber como é que essa pessoa sai do silêncio. O silêncio é um buraco, mas você não dá a mão a ela. A pergunta não vem, e o cara começa a sofrer. E às vezes você precisa ter a coragem de deixar o cara sofrer e ver como ele sai do buraco.”